O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda é cercado por dúvidas, interpretações equivocadas e informações distorcidas.
Apesar dos avanços científicos e da ampliação do diagnóstico, muitos mitos continuam se espalhando, o que pode gerar medo, culpa ou até atrasar a busca por apoio adequado.
Falar sobre o autismo é falar sobre diversidade no funcionamento humano.
Na Clínica Formare, acreditamos que compreender é o primeiro passo para respeitar, e que o conhecimento é a ferramenta mais importante contra o preconceito.
A seguir, reunimos alguns dos mitos mais comuns sobre o autismo e o que a ciência realmente diz sobre eles.
Mitos e Verdades sobre o autismo
“Autismo é uma doença.” – Mito
O autismo não é uma doença, e sim uma condição do neurodesenvolvimento.
Isso significa que o cérebro da pessoa autista processa informações, estímulos e interações de maneira diferente.
Não existe “cura” porque não há nada a ser “eliminado”. O que existe é a necessidade de apoio, acolhimento e intervenções personalizadas para promover qualidade de vida, autonomia, independência e inclusão.
“Toda pessoa autista é igual.” – Mito
O espectro autista é extremamente heterogêneo.
Algumas pessoas podem ter fala oral desenvolvida, outras utilizam comunicação aumentativa alternativa; umas são altamente independentes, enquanto outras necessitam de suporte constante.
Por isso o termo “espectro”, ele abrange diferentes níveis de suporte, interesses e perfil.
Cada pessoa autista é única com potencialidades, desafios e formas próprias de perceber o mundo.
“O autismo tem cura.” – Mito
O autismo não tem cura, mas tem tratamento.
Intervenções baseadas em evidências científicas, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), a Terapia Ocupacional, a Fonoaudiologia e o acompanhamento psicológico, ajudam a desenvolver habilidades sociais, comunicativas, cognitivas, motoras, sensoriais e emocionais.
O foco não é “curar”, e sim favorecer o desenvolvimento funcional e a qualidade de vida da pessoa autista e de sua família.
“O autismo é causado por vacinas.” – Mito
Essa é uma das crenças mais difundidas e perigosas.
Nenhuma evidência científica comprova qualquer relação entre vacinas e autismo.
Essa ideia surgiu de um estudo publicado em 1998, posteriormente retratado e amplamente desmentido pela comunidade científica.
As vacinas são seguras e fundamentais para a saúde pública.
“Pessoas autistas não têm sentimentos.” – Mito
Pessoas autistas sentem e expressam emoções muitas vezes de formas diferentes do que a maioria está acostumada a observar.
Podem ter dificuldade em interpretar expressões faciais ou em demonstrar emoções da maneira esperada socialmente, mas isso não significa ausência de afeto.
Com acolhimento e compreensão, as conexões sociais se tornam mais naturais e significativas.
“O diagnóstico de autismo é feito apenas na infância.” – Mito
O diagnóstico pode ser feito em qualquer fase da vida.
Embora os primeiros sinais apareçam na infância, muitas pessoas são diagnosticadas na adolescência ou na vida adulta, especialmente nos casos de autismo nível 1 (leve), em que as diferenças podem passar despercebidas.
O importante é buscar avaliação clínica especializada, baseada em protocolos reconhecidos e instrumentos complementares de observação.
“Autistas têm habilidades extraordinárias.” – Parcialmente verdade
Algumas pessoas autistas possuem interesses restritos ou talentos específicos como memória excepcional, facilidade com números ou grande percepção de detalhes, fenômeno conhecido como síndrome de savant. Entretanto, isso não ocorre em todos os casos.
O foco do cuidado deve estar no desenvolvimento integral, e não na idealização de “super-habilidades”.
“A família tem papel essencial no desenvolvimento da pessoa autista.” – Verdade
A participação da família é fundamental.
Pais e cuidadores que recebem orientação parental e acompanhamento adequado aprendem estratégias para lidar com desafios, reforçar comportamentos positivos e generalizar habilidades aprendidas na terapia para o cotidiano.
A família é o principal elo entre o cuidado clínico e o desenvolvimento funcional.
“Pessoas autistas podem ter uma vida plena, estudar e trabalhar.” – Verdade
Com o suporte adequado, sim.
Pessoas autistas podem estudar, trabalhar, formar vínculos e desenvolver autonomia e independência. A inclusão depende mais do ambiente do que do diagnóstico, quanto mais acessível, compreensivo e estruturado o contexto, maiores as oportunidades de desenvolvimento e pertencimento.
Compreender é incluir
O autismo não limita o potencial humano ele o expressa de forma diferente.
Quando a sociedade compreende essa diferença, derruba barreiras e abre caminhos para a inclusão real.
Na Clínica Formare, atuamos para que cada pessoa autista seja vista em sua totalidade com acolhimento, respeito e base científica.
Nosso compromisso é transformar o conhecimento em cuidado e o cuidado em autonomia.
Perguntas frequentes
O que causa o autismo?
O autismo tem origem multifatorial, envolvendo aspectos genéticos e neurológicos. Não há uma única causa comprovada.
O autismo é mais comum em meninos?
Sim, estatisticamente o diagnóstico é mais frequente em meninos, mas pesquisas apontam que muitas meninas autistas ainda são subdiagnosticadas, especialmente nos casos mais sutis.
O autismo tem graus ou níveis?
O DSM-5-TR classifica o autismo em três níveis de suporte (1, 2 e 3), de acordo com a intensidade das necessidades de apoio para a vida diária.
Como posso ajudar uma pessoa autista?
Respeite seu tempo, comunique-se de forma clara e previsível, evite sobrecargas sensoriais e valorize suas conquistas.
Pequenos gestos de empatia constroem grandes pontes de inclusão.



