manejo-de-crises-agressivas

Manejo de crises agressivas

Fatores de risco conhecidos incluem a gravidade dos sintomas autistas, impulsividade, nível de deficiência intelectual e déficits de comunicação. Indivíduos geralmente exibem múltiplos tipos de comportamento interferentes, e os níveis de gravidade podem variar de relativamente leves e de curta duração a graves, crônicos e potencialmente ameaçadores à vida. Além dos riscos físicos, tais comportamentos impactam diretamente e de forma significativa a socialização, impossibilitando de frequentar escolas, ambientes sociais e de lazer, gerando estresse para os familiares. Estas pessoas têm a maior probabilidade de fazer uso excessivo de medicações, de ser necessário internação de emergência e de serem alocados para residências terapêuticas para garantir a sua segurança.

Trabalhar com a prevenção de crises agressivas em pessoas com autismo é uma parte crucial do apoio e cuidado para esses indivíduos. Reconhecer os precursores do comportamento interferente bem como a sua função é fundamental para antecipar e intervir de forma eficaz, visando a segurança de todos os envolvidos.

Primeiramente, é crucial identificar os antecedentes que desencadeiam as crises agressivas. Isso pode incluir sobrecarga sensorial, mudanças na rotina, dificuldades de comunicação ou frustrações. Ao reconhecer esses antecedentes, é possível implementar estratégias antecedentes para minimizar a ocorrência dessas crises. Isso pode envolver a criação de ambientes calmos e sensorialmente adaptados, o estabelecimento de rotinas consistentes e a oferta de comunicação aumentativa/ alternativa para expressar necessidades e sentimentos.

Além disso, compreender as funções do comportamento agressivo é essencial para desenvolver intervenções eficazes. O comportamento agressivo pode servir a diferentes funções, como buscar atenção, escapar de situações aversivas, obter acesso a objetos ou atividades, comunicar necessidades não atendidas e até autoestimulações ou questões fisiológicas. Um analista do comportamento pode conduzir uma avaliação funcional detalhada para identificar a função específica do comportamento agressivo em cada caso, permitindo assim o desenvolvimento de estratégias direcionadas para atender às necessidades subjacentes. Traçando assim um plano de intervenção voltado para a redução de comportamentos interferentes e aumento de repertório alternativo e até a identificação de uma necessidade de uma investigação clínica mais precisa para reduzir desconfortos físicos que possam estar alterando o seu bem estar.

sentimentos-autista

No entanto, mesmo com medidas preventivas eficazes, crises agressivas podem ocorrer. Nesses momentos, é crucial priorizar a segurança de todos os envolvidos. Isso pode envolver a remoção de objetos perigosos do ambiente, manter uma distância segura da pessoa em crise, e evitar restringir ou segurar a pessoa, a menos que seja absolutamente necessário para evitar danos imediatos.

Após a crise ter passado, é importante realizar uma revisão do incidente, identificando quaisquer desencadeadores específicos e desenvolvendo estratégias adicionais de prevenção para o futuro. Além disso, é crucial oferecer apoio contínuo à pessoa com autismo, garantindo que suas necessidades emocionais e comportamentais sejam atendidas de maneira adequada.

Com a redução da frequência e intensidade dos comportamentos interferentes, é possível ensinar para o indivíduo estratégias para se autorregular, comunicação funcional para interromper uma atividade indesejada, como por exemplo, pedir por intervalo, pedir para parar e até outros repertórios que possam concorrer com o comportamento problema, trazendo maior qualidade de vida.

Em suma, trabalhar com a prevenção de crises agressivas em pessoas com autismo exige uma abordagem centrada na pessoa, que reconheça suas necessidades individuais e promova um ambiente seguro e de apoio. Ao antecipar e responder de forma eficaz às crises, podemos garantir o bem-estar, segurança e a qualidade de vida desses indivíduos, enquanto promovemos uma sociedade mais inclusiva e compassiva.

Descubra como a Clínica Formare pode ajudá-lo a navegar pelos desafios do autismo com confiança e compaixão. Baixe nosso e-book gratuito de gerenciamento de crise para acessar recursos valiosos que transformam desafios em oportunidades de crescimento. Conecte-se com nossa comunidade através do Instagram para inspiração diária e suporte contínuo, e explore nosso podcast no YouTube para ouvir histórias reais e conselhos práticos que iluminam o caminho para uma vida mais inclusiva e empática. Junte-se a nós para fazer parte de uma transformação que respeita, acolhe e celebra a diversidade em todas as suas formas.

Referências Bibliográficas:

Doehring P, Reichow B, Palka T, Phillips C, Hagopian L. Behavioral approaches to managing severe problem behaviors in children with autism spectrum and related developmental disorders: a descriptive analysis. Child Adolesc Psychiatr Clin N Am. 2014 Jan;23(1):25-40. doi: 10.1016/j.chc.2013.08.001. Epub 2013 Oct 6. PMID: 24231165.

Compartilhe este conteúdo:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Imprimir

Quem escreve:

Silvia Marinho

Sócia-Diretora e Terapeuta Ocupacional

Raissa Viviani Silva

Psicóloga, membro da supervisão da Clínica Formare

Agende sua visita

Estamos sempre de portas abertas para mostrar as instalações da clínica, basta agendar uma visita ou entrar em contato.
Encontraremos o melhor horário para atender você e sua família.

Formare Talks

Diálogos que transformam, conhecimentos que inspiram.
Disponível em todas as plataformas

Garanta o Melhor
Tratamento para
Autismo com seu
Plano de Saúde ou
Liminar

Te ajudamos a navegar pelos desafios burocráticos e conquistar os direitos necessários para um tratamento
completo e de qualidade.

Conteudos Relacionados

Terapia Ocupacional no Autismo: Como Essa Espec...

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo ao seu redor. Devido a essas diferenças, é fundame...
Leia Mais

A Importância do Anamnese no Tratamento do Espe...

A anamnese, embora muitas vezes vista como uma simples conversa entre o profissional de saúde e o cliente, é, na verdade, uma ferramenta fundamental para um diagnóstico preciso e um tratamento efic...
Leia Mais

Fonoaudiologia no autismo: entenda a importânci...

A Importância da Fonoaudiologia no Autismo: Como Essa Especialidade Contribui para o TEA A fonoaudiologia desempenha um papel crucial no desenvolvimento comunicativo de pessoas com Transtorno do Es...
Leia Mais