Quando uma família recebe o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma das primeiras dúvidas é: qual modelo de atendimento buscar, multidisciplinar ou interdisciplinar?
À primeira vista, os termos podem parecer semelhantes. Mas, na prática, representam formas diferentes de organizar a avaliação/intervenção e entender essa diferença é fundamental para garantir um acompanhamento eficaz, integrado e humanizado.
O que é uma clínica multidisciplinar?
Na clínica multidisciplinar, a criança ou adulto autista é atendido por diferentes profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. No entanto, cada um atua de forma independente, focando apenas na sua área de conhecimento.
Características do modelo multidisciplinar
- Não há um plano único: cada profissional trabalha com sua própria expertise.
- Os atendimentos podem ocorrer em locais distintos, o que exige maior esforço da família.
- A integração clínica é limitada, o que pode gerar repetições, contradições ou lacunas.
Esse modelo pode trazer ganhos pontuais, mas muitas vezes não consegue oferecer uma visão global da pessoa autista nem alinhar os objetivos em uma mesma direção.
O que é uma clínica interdisciplinar?
Já no modelo interdisciplinar, o trabalho é integrado. Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos e outros especialistas compartilham informações de forma contínua e constroem juntos um plano de intervenção único, ajustado conforme a evolução da pessoa.
Características do modelo interdisciplinar
- Existe um programa estruturado, em que cada área contribui também para objetivos em comum.
- Os atendimentos geralmente acontecem no mesmo local, facilitando a rotina da família.
- A troca de informações entre os profissionais é constante, garantindo condutas alinhadas.
- Cada intervenção fortalece a outra, gerando resultados mais consistentes.
Exemplo prático: em uma clínica multidisciplinar, a fonoaudióloga pode trabalhar a fala sem saber que a psicóloga foca autorregulação emocional. Já no modelo interdisciplinar, ambas planejam juntas como a criança usará a fala em momentos de autorregulação, fortalecendo o desenvolvimento em várias áreas ao mesmo tempo.
Multidisciplinar x Interdisciplinar: qual escolher para o autismo?
A principal diferença está no grau de integração entre os profissionais:
- Multidisciplinar: vários especialistas atuam em paralelo, mas sem articulação constante.
- Interdisciplinar: todos trabalham em conjunto, dentro de um mesmo programa terapêutico.
Diretrizes internacionais, como as do National Institute for Health and Care Excellence (NICE, 2013) e da American Academy of Pediatrics (2020), destacam que planos colaborativos e integrados são os mais eficazes para o TEA, pois reduzem contradições, favorecem consistência e respeitam a complexidade do espectro.
Embora a multidisciplinaridade possa oferecer apoio inicial, o modelo interdisciplinar é o mais recomendado para promover resultados duradouros e centrados na pessoa.
O diferencial da Clínica Formare
Na Clínica Formare, acreditamos que cada pessoa autista merece um cuidado que una ciência, acolhimento e trabalho em equipe.
Nosso modelo é interdisciplinar, os profissionais discutem casos e constroem estratégias conjuntas, estimulando que cada conquista seja fortalecida em todas as áreas do desenvolvimento.
Mais do que oferecer múltiplos atendimentos, oferecemos um programa único, pensado para favorecer a comunicação, a socialização, a autonomia, a independência e a qualidade de vida de cada indivíduo e sua família.
FAQ – Perguntas frequentes
O que é uma clínica multidisciplinar para autismo?
É aquela que reúne diferentes profissionais de saúde (psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros), mas cada um atua de forma independente, sem integração sistemática entre os planos terapêuticos.
Qual a diferença entre clínica multidisciplinar e clínica interdisciplinar?
Na multidisciplinaridade, vários profissionais atuam paralelamente; já na interdisciplinaridade, eles elaboram e aplicam um plano único de intervenção, construído em conjunto, com trocas constantes de informações.
Qual modelo é mais indicado para o tratamento do autismo?
Ambos podem trazer benefícios, mas o modelo interdisciplinar é o mais indicado por especialistas, pois garante consistência, evita sobreposição de técnicas e assegura que todas as intervenções estejam alinhadas aos mesmos objetivos.
Como escolher entre uma clínica multidisciplinar e uma interdisciplinar?
Antes de decidir, avalie se a clínica oferece reuniões de equipe, acompanhamento conjunto e um plano integrado. Pergunte como os profissionais se comunicam entre si e como envolvem a família no processo. Se o objetivo é garantir consistência e melhores resultados, a clínica interdisciplinar costuma ser a escolha mais eficaz.