Andar na ponta dos pés é sinal de autismo?

Andar na ponta dos pés é sinal de autismo?

Perceber que uma pessoa anda com frequência na ponta dos pés costuma gerar preocupação em pais e cuidadores.
Esse comportamento, conhecido como marcha em pontas dos pés, é relativamente comum em crianças pequenas, mas quando persiste após os 3 anos de idade, pode indicar alterações sensoriais, motoras ou comportamentais que merecem avaliação profissional especializada.

Entre as possíveis causas, está o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Mas é importante esclarecer, andar na ponta dos pés, isoladamente, não significa que uma pessoa é autista.

Por que algumas pessoas andam na ponta dos pés?

Durante o desenvolvimento motor inicial, é comum que bebês e crianças pequenas experimentem formas diferentes de caminhar.
Na maioria dos casos, isso desaparece naturalmente conforme os músculos e tendões se fortalecem.

No entanto, quando o hábito de andar na ponta dos pés se torna persistente, pode estar relacionado a fatores como:

  • Questões sensoriais: algumas pessoas sentem desconforto ao encostar totalmente os pés no chão, por hipersensibilidade tátil (quando o toque do piso incomoda) ou hipossensibilidade (quando precisam de mais estímulo para “sentir” o chão).
  • Alterações musculares: encurtamento dos tendões ou rigidez nas pernas pode dificultar o apoio total dos calcanhares.
  • Busca por autorregulação: andar nas pontas dos pés pode gerar sensações corporais prazerosas, reforçando tal comportamento.
  • Padrões motores aprendidos: às vezes, a pessoa incorpora o movimento como parte de sua rotina de locomoção.

Andar na ponta dos pés e o autismo

Em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), andar na ponta dos pés pode estar relacionado a comportamentos repetitivos ou a dificuldades no processamento sensorial.
Ou seja, o movimento pode ter diferentes funções, podendo ser função de autorregulação, ajudando a pessoa a lidar com estímulos visuais, auditivos ou táteis, ou representar uma forma de busca sensorial (sensação de pressão, equilíbrio ou ritmo corporal).

Outros sinais que, junto da marcha em pontas dos pés, podem indicar necessidade de avaliação, incluem:

  • Pouco contato visual ou dificuldade de manter atenção compartilhada;
  • Falta de resposta ao ser chamado pelo nome;
  • Dificuldade de interação social;
  • Atraso na fala ou ecolalia (repetição de palavras);
  • Interesse intenso e restrito por determinados temas ou objetos;
  • Movimentos repetitivos (como balançar o corpo ou as mãos).


Quando esses comportamentos aparecem em conjunto, é importante procurar uma avaliação interdisciplinar com profissionais capacitados em desenvolvimento infantil e transtornos do desenvolvimento. 

Como é feita a avaliação?

Na Clínica Formare, o processo de avaliação envolve uma equipe interdisciplinar com psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, entre outros, que utilizam protocolos científicos padronizados e reconhecidos internacionalmente, como o ADOS-2 e o VB-MAPP, por exemplo.

Essas avaliações ajudam a identificar:

  • Se o andar na ponta dos pés é de origem sensorial, motora ou comportamental;
  • Quais habilidades precisam ser estimuladas;
  • E qual o plano terapêutico mais adequado para promover o desenvolvimento global.

Tratamentos e terapias indicadas

O tratamento depende da causa identificada.
Quando o comportamento está relacionado ao espectro autista ou ao processamento sensorial, as intervenções mais indicadas incluem:

  • Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada)
  • Terapia Ocupacional com Integração Sensorial
  • Fisioterapia
  • Orientação parental


O objetivo não é “forçar a pessoa a andar de outro modo”, mas entender a função do comportamento e ensinar alternativas funcionais que não prejudiquem o desenvolvimento e nem gere danos à saúde. 

Quando procurar ajuda?

Procure uma avaliação especializada se:

  • A criança mantém o hábito de andar nas pontas dos pés após os 3 anos;
  • Apresenta rigidez ou desequilíbrio ao caminhar;
  • Demonstra sensibilidade extrema a sons, luzes ou texturas;
  • Ou exibe outros sinais relacionados ao espectro autista.


A identificação precoce permite intervenções mais eficazes, favorecendo o desenvolvimento motor, social e cognitivo da criança.

Perguntas frequentes

Não. Esse comportamento pode ocorrer por diversas razões. Só uma avaliação clínica completa pode determinar se está relacionado ao TEA.

Sim, até cerca de 2 ou 3 anos, pode acontecer. Se o comportamento persistir, é importante investigar.

O ideal é iniciar com um pediatra ou neuropediatra, que pode encaminhar para uma equipe interdisciplinar (psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional).

Depende da causa e do perfil de cada pessoa.

Quando o andar na ponta dos pés está relacionado a questões sensoriais ou comportamentais, a intervenção precoce com Terapia Ocupacional (Integração Sensorial), ABA e Fisioterapia costumam trazer excelentes resultados, favorecendo o padrão motor adequado e reduzindo o comportamento ao longo do tempo.

Nos casos em que há alterações musculoesqueléticas (como encurtamento do tendão de Aquiles) ou condições neurológicas associadas, o tratamento pode exigir acompanhamento médico e fisioterapêutico prolongado. Em alguns casos, pode haver indicação cirúrgica. 

Compartilhe este conteúdo:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Imprimir

Quem escreve:

[autores]

Agende sua visita

Estamos sempre de portas abertas para mostrar as instalações da clínica, basta agendar uma visita ou entrar em contato.
Encontraremos o melhor horário para atender você e sua família.

Formare Talks

Diálogos que transformam, conhecimentos que inspiram.
Disponível em todas as plataformas

Conteudos Relacionados