Perceber que algo está diferente no desenvolvimento de uma criança pode gerar dúvidas, apreensão e até medo do desconhecido. É comum que muitos pais se perguntem: “Será que meu filho é autista?”
Antes de tudo, é importante lembrar que pequenas variações no desenvolvimento podem ser naturais e esperadas.
Porém, quando certos comportamentos se repetem e persistem, especialmente na comunicação, na interação social ou nas respostas ao ambiente, é fundamental buscar orientação profissional especializada.
Na Clínica Formare, cada avaliação é conduzida com base em critérios científicos, protocolos padronizados e reconhecidos internacionalmente e com o olhar de uma equipe interdisciplinar.
Nosso objetivo é compreender o funcionamento da criança de forma ampla, unindo ciência, acolhimento e respeito à singularidade de cada família.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por diferenças na forma de se comunicar, interagir e perceber o mundo.
Essas diferenças não significam falta de capacidade, representam um modo distinto de funcionamento cerebral, que exige compreensão e apoio adequados.
O autismo não tem uma única causa. Trata-se de uma condição do neurodesenvolvimento com bases predominantemente genéticas e neurológicas, que se manifesta de maneiras diversas em cada indivíduo.
Atualmente, não se fala mais em “graus” de autismo (leve, moderado ou grave), mas em níveis de suporte (1,2 e 3) necessários para a pessoa funcionar com autonomia, independência e qualidade de vida.
O diagnóstico é clínico e funcional, realizado por equipe especializada a partir da observação direta dos comportamentos, entrevistas com familiares e aplicação de protocolos padronizados, conforme os critérios do DSM-5-TR, referência internacional em saúde mental e neurodesenvolvimento.
Como saber se meu filho tem autismo: sinais que merecem atenção
Os primeiros sinais do autismo podem surgir ainda nos primeiros anos de vida, variando em intensidade de criança para criança.
Nem sempre são facilmente perceptíveis, mas quando observados com frequência, merecem acompanhamento profissional.
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Comunicação e interação social
- Dificuldade em manter contato visual ou responder ao próprio nome;
- Pouco interesse em interagir ou brincar com outras crianças;
- Falta de gestos espontâneos, como apontar ou mostrar algo de interesse;
- Uso restrito de expressões faciais e gestos;
- Atraso ou regressão na fala (parar de usar palavras que já dizia);
- Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa;
- Pouca variação nas expressões emocionais (alegria, surpresa, tristeza).
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Comportamentos e interesses
- Movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater as mãos;
- Apego excessivo a rotinas e resistência a mudanças;
- Interesse intenso e específico por temas ou objetos;
- Organização rígida de brinquedos ou objetos;
- Reações fortes a sons, luzes, cheiros ou texturas (hiper ou hipossensibilidade sensorial);
- Dificuldade em brincar de faz de conta.
Esses sinais não determinam, por si só, o diagnóstico de autismo, mas indicam a necessidade de uma avaliação interdisciplinar.
Níveis de autismo segundo o DSM-5-TR
O autismo é classificado em três níveis, conforme a necessidade de suporte da pessoa para realizar atividades do cotidiano.
Compreender essa diferença ajuda na escolha das intervenções mais adequadas e na comunicação entre família, escola e profissionais.
- Autismo Nível 1 – Requer suporte: geralmente associado ao autismo leve. A pessoa possui linguagem funcional, mas pode apresentar dificuldades sociais e de flexibilidade comportamental.
→ Saiba mais em Autismo Nível 1 - Autismo Nível 2 – Requer suporte substancial: há maior dificuldade na comunicação e comportamentos repetitivos mais evidentes, que impactam as interações sociais.
→ Saiba mais em Autismo Nível 2 - Autismo Nível 3 – Requer suporte muito substancial: caracterizado por desafios significativos na linguagem, comunicação e autonomia.
→ Saiba mais em Autismo Nível 3
Independentemente do nível, cada pessoa é única. O diagnóstico serve para compreender as necessidades e definir estratégias de apoio, não para limitar o potencial.
Como é feita a avaliação na Clínica Formare?
Na Clínica Formare, a avaliação é conduzida de forma integrada e personalizada, seguindo os critérios do DSM-5-TR e os princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
A avaliação envolve profissionais de diversas áreas: psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, para compreender o desenvolvimento de forma ampla.
Durante o processo, são realizadas:
- Entrevistas clínicas com os pais ou cuidadores;
- Observações comportamentais em ambiente estruturado e natural;
- Análises funcionais dos comportamentos;
- Aplicação de protocolos para mensuração de déficits e potenciais;
- Devolutiva detalhada, com relatório técnico e orientações terapêuticas.
O objetivo é entender o perfil global de desenvolvimento da criança e oferecer um plano de intervenção centrado em sua realidade e potencial, além de fornecer subsídios importantes para o diagnóstico médico.
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce é um dos fatores mais determinantes para o desenvolvimento da criança.
Quando o autismo é identificado cedo, é possível iniciar intervenções baseadas em ciência como a ABA, a fonoaudiologia e a Terapia Ocupacional – integração sensorial que favorecem o aprendizado, a comunicação e a autorregulação emocional.
Com acompanhamento contínuo, a criança aprende a lidar melhor com estímulos, expressar suas necessidades e construir repertórios sociais, cognitivos, motores e sociais sólidos.
O papel da família
A família é parte essencial do processo terapêutico.
Na Clínica Formare, oferecemos orientação parental para que pais e cuidadores aprendam estratégias práticas, ampliem o vínculo com a criança e reforcem, no dia a dia, o que é aprendido nas terapias.
A intervenção é mais eficaz quando clínica, escola e casa caminham juntas promovendo generalização de habilidades, autonomia, independência e qualidade de vida.
Identificar sinais de autismo é o primeiro passo para buscar suporte, compreensão e desenvolvimento.
Mais do que um diagnóstico, trata-se de reconhecer o modo singular como cada criança percebe e responde ao mundo.
Na Clínica Formare, o processo é conduzido com ética, empatia e rigor científico, valorizando cada etapa da jornada da criança e de sua família.
Nosso propósito é transformar o diagnóstico em um ponto de partida para conquistas reais e duradouras.



